
Há 25 anos a ONU marcou o 02 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e, por isso, a Assembleia Legislativa abre o mês de abril iluminada de azul por toda primeira semana do mês. A “Semana Estadual da Conscientização Sobre o Transtorno do Espectro Autista” foi criada em 2017 (Lei Estadual 19.025) por proposição do deputado estadual Evandro Araújo (PSD). Em 2019, a Lei foi alterada (19.876) e o período recebeu o nome de “Semana Azul”, uma proposta de Araújo e do deputado Márcio Pacheco (REP).
O deputado Evandro Araújo (PSD) comentou sobre a lei: “Estamos entrando no sexto ano desta legislação no Paraná e a gente percebe o quanto isso ajudou a fomentar as discussões sobre esse tema. A sociedade discute mais, os deputados discutem mais e isso favorece, na ponta, quem precisa dos devidos cuidados, que são as famílias”.
Para o deputado Marcio Pacheco (REP), “trata-se de uma semana muito importante para as famílias que convivem com a realidade do autismo. Também é importante para levar informação à população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Tudo isso, nos auxilia a olhar com empatia essa realidade comum de muitas famílias paranaenses”, destacou.
Números
A Organização Mundial da Saúde estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo dois milhões no Brasil. Uma em cada 88 crianças apresentam sinais do transtorno, com prevalência cinco vezes maior em meninos.
Dados de 2019, anteriores a pandemia, apontam que no Paraná existem mais de 100 mil crianças autistas, cerca de 0,96% da população, ou seja, a cada 10 mil nascimentos, quatro possuem algum tipo de transtorno relacionado ao espectro.
Nos últimos anos, inclusive, o diagnóstico de TEA tem crescido em todo o mundo. Até pouco tempo, estimava-se que uma a cada 500 crianças no mundo possuía o transtorno. Hoje, já são uma a cada 88 crianças, segundo estudo feito nos Estados Unidos. Tal aumento, porém, não indica necessariamente que mais pessoas estejam sendo acometidas. Em verdade, é um reflexo das mudanças no diagnóstico e aumento da conscientização sobre o transtorno.
“Quanto mais gente atuando, mais resultados teremos. Aqui na Assembleia, por exemplo, serão diversas ações sobre o tema durante a semana. Na Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência (CRIA), iremos sistematizar todos os projetos de lei sobre TEA na casa e criar um estatuto com uma legislação mais robusta no Paraná”, antecipou o deputado Araújo.
Sintomas
O TEA é marcado por três características fundamentais: inabilidade para interagir socialmente; dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Pode se manifestar em pessoas de qualquer etnia ou classe social, e o grau de comprometimento varia de leve a grave, de acordo com a capacidade (ou incapacidade) do portador manter contato interpessoal.
Embora a causa do TEA ainda não seja totalmente conhecida, investiga-se a relação do transtorno com substâncias químicas relacionadas ao meio ambiente, agentes infecciosos, fatores nutricionais, idade gestacional, baixo peso ao nascimento, infecções maternas, estresses físicos e psicológicos e influência de fatores genéticos. Entre os especialistas já existe consenso de que esta doença é decorrente de disfunções do sistema nervoso central (SNC), que levam a uma alteração no padrão do desenvolvimento da criança.
A Assembleia Legislativa do Paraná já tem dispendido atenção especial ao tema formando um coletivo de legislações inclusivas para as pessoas que apresentam TEA. Saiba sobre estas leis e sobre como solicitar a Carteira do Autista neste link.
Da Assembleia Legislativa do Paraná