Novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram que o coordenador da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol (foto), considerou se candidatar ao senado nas eleições de 2018.
Das mensagens se extrai que Deltan Dallagnol teria recebido um convite para se candidatar ao senado pelo Podemos, partido do Senador Álvaro Dias, defensor ferrenho da Lava Jato.
Dallagnol avaliou que seria “facilmente eleito”. Mas, ao contrário do colega Sérgio Moro, decidiu, por hora, não entrar para a política. O procurador fez diversas reflexões, avaliando prós e contras de uma possível candidatura.
A primeira opção seria a candidatura ao Congresso em 2018, caso em que Deltan se considerava “facilmente eleito”. Principalmente porque “todos na LJ [Lava Jato] apoiariam a decisão”.
Todavia, Deltan considerou que o ponto negativo de se candidatar ao Senado seria o “risco para a Lava Jato porque muitas pessoas farão uma leitura retrospectiva com uma interpretação de que a atuação desde sempre foi política”.
O procurador também não teria se mostrado disposto a abrir mão de parte do seu robusto salário e dos benefícios que goza no Ministério Público para ingressar no Senado Federal:
Eu não gostaria, sendo sincero, por uma série de razões. Não é meu perfil, é uma turbulência na vida familiar, ganha menos, tem menos férias, fica tomando pedrada na vitrine num jogo de mentiras, correria um risco grande ao me desligar do MPF, tem a questão da LJ etc. Contudo, tem muitas pessoas que respeito muito que estão incentivando, inclusive o pessoal da LJ”.
Daí então, avaliou adiar a candidatura ao cargo para as eleições de 2022. Bem como uma eventual disputa com o senador Álvaro Dias pela vaga, que deve tentar a reeleição:
Tenho apenas 37 anos. A terceira tentação de Jesus no deserto foi um atalho para o reinado. Apesar de em 2022 ter renovação de só 1 vaga e de ser Álvaro Dias, se for para ser, será. Posso traçar plano focado em fazer mudanças e que pode acabar tendo como efeito manter essa porta aberta”
Nas eleições de 2018 o Podemos lançou candidato único ao Senado. Oriovisto Guimarães foi eleito senador pelo partido. A outra vaga ficou com Flávio Arns, da Rede.