REDE JÁ IDENTIFICOU A CIRCULAÇÃO DE 31 VARIANTES DA COVID NO PARANÁ EM 2022

Foto: Jéssica Natal/UEPG

O Paraná já registrou, apenas em 2022, a circulação de 31 variantes ou sublinhagens do SARS-CoV-2, o vírus que provoca a Covid-19. É o que revelam dados da Rede Genômica Fiocruz, que confirmou a presença de tais cepas no estado após o envio de testes RT-PCR positivos de paranaenses para sequenciamento genômico na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outros laboratórios, como o da Fundação Ezequiel Dias (Funed). As informações são de Rodolfo Luis Kowalski, do Bem Paraná.

Segundo informações da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR), o Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) envia quinzenalmente amostras para investigação e monitoramento das cepas circulantes no Paraná. A seleção é feita de forma aleatória e cumpre critérios técnicos e epidemiológicos, ou seja, refletem um recorte de um cenário e servem de balizador de pesquisa e informação.

Conforme dados inseridos na plataforma internacional de dados genômicos GISAID e disponibilizados no dashboard de vigilância genômica do SARS-Cov-2 no Brasil, desde janeiro foram analisadas 2.589 amostras (testes RT-PCR positivos) de pacientes do Paraná. Tais análises revelaram a circulação de 31 variantes do coronavírus no estado em 2022, com destaque à linhagem Ômicron, presente em 2.578 amostras (99,6% do total). A Delta aparece em seguida, com presença em 11 amostras (0,4% do total).

Com relação às sublinhagens (que são ramificações de uma mesma linhagem, com pequenas alterações genéticas), aquelas que foram mais identificadas nas análises de amostras paranaenses foram a BA.1.1, presente em 748 amostras; a BA.1, em 701; a BA.2, em 312; a BA.1.1.14 em 284; e a BA.1.14.1 em 156.

Além disso, 13 sublinhagens foram identificadas pela primeira vez em 2022, todas elas ligadas à Ômicron, sendo a mais recorrente a BA.2, identificada em 312 amostras.

No Estado, mais de 90 ‘mutações’ foram identificadas desde o início da pandemia
Desde novembro de 2020, quando começou a ser feito o monitoramento genômico pela FioCruz (em parceria com outros laboratórios), já são 91 variantes do novo coronavírus cuja circulação foi identificada no estado a partir da análise de 8.657 amostras do Paraná. A linhagem mais encontrada no estado desde então foi a Gamma (presente em 2.928 amostras), seguida pela Ômicron (2.861) e a Delta (2.082).

Desde fevereiro deste ano, contudo a circulação majoritária no estado são de sublinhagens da família Ômicron. Entre dezembro e o final do ano passado, sublinhagens da variante Delta também eram comuns de serem encontradas, mas nos últimos meses não voltaram a aparecer nos testes feitos. Já a linha Gamma foi muito encontrada nas análises feitas, principalmente, entre 2020 e junho do ano passado, mas já não é encontrada desde dezembro no estado.

Mais de 50 mil amostras analisadas e mudança na dinâmica da emergência
A Rede Genômica Fiocruz divulgou na última semana novos dados a respeito das linhagens e variantes do vírus Sars-CoV-2 no Brasil. A atualização traz um marco para a Rede: a produção total de genomas depositados pela Fiocruz desde o início da pandemia ultrapassou o expressivo número de 50 mil, chegando a 50.027.

Além disso, o informe também mostra uma mudança na dinâmica da pandemia no país, com um aumento detectado das linhagens BA. 4 e BA. 5 da variante Ômicron e uma ligeira queda na participação da BA. 2. Os dados divulgados são computados semanalmente na plataforma da Rede, com a obtenção de dados da plataforma EpiCoV da Global Initiative on Sharing All Influenza Data (Gisaid), uma plataforma internacional para compartilhamento de dados genômicos dos vírus de influenza e Sars-CoV-2, e se referem ao período de 16 a 30 de junho.

Nova cepa super contagiosa do coronavírus preocupa cientistas
Recentemente, uma nova variante do coronavírus foi descoberta e tem gerado preocupação por conta de seu poder de contágio. É a variante BA.2.75, que ganha terreno na Índia e já apareceu em vários outros países, incluindo os Estados Unidos. Segundo a Associated Press, essa nova cepa pode se espalhar rapidamente e contornar a imunidade de vacinas e infecções anteriores. Não está claro, no entanto, se pode causar doenças mais graves do que outras variantes da Ômicron.

Cientista do Conselho de Pesquisa Científica e Industrial do Instituto de Genômica e Biologia Integrativa em Nova Délhi, Lipi Thukral disse à AP que essa nova mutação já foi vista em vários estados distantes da Índia e parece estar se espalhando mais rapidamente que outras variantes. A presença da nova cepa, inclusive, já foi identificada em cerca de dez outros países, entre eles Austrália, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá..Na China, Xangai descobriu um caso envolvendo a sublinhagem.

Do Bem Paraná.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *