QUEM SERÁ O PRÓXIMO PREFEITO DE CURITIBA?

QUEM SERÁ O PRÓXIMO PREFEITO DE CURITIBA?

Na última terça-feira (17/09) a Gazeta do Povo divulgou um conjunto de pesquisas feitas pela Paraná Pesquisas em 11 capitais, que apontam a intenção de voto nos candidatos para eleição de Prefeito na eleição de 2020.

Considerando que os números já foram bem divulgados, vamos aqui analisar que informações importantes podemos extrair desta publicação.

O estudo das 11 pesquisas realizadas aponta que os resultados de Curitiba refletem uma tendência do eleitorado a nível nacional.

Em primeiro lugar, e talvez a informação mais importante deste conjunto de pesquisas, é que a eleição para Prefeito de 2020 ainda não é uma preocupação da população, diferente do interesse que já mobiliza os políticos e pessoas interessadas diretamente nesta disputa e em seus desdobramentos.

Esta afirmação é o resultado de um olhar atento aos números da pergunta espontânea “Se a eleição fosse hoje, em quem votaria para Prefeito de Curitiba?”, nesta pergunta não são apresentados os nomes dos possíveis candidatos. 

Em Curitiba 80,3% dos entrevistados respondeu que “Não sabe”(70,9%) ou que pretende “Não votar em ninguém” (9,4%).  

Dos 19,7% dos eleitores entrevistados que citaram algum nome, muitos citaram nomes que com certeza não serão candidatos. Notem que o segundo mais votado para Prefeito foi o Governador Ratinho Júnior com 3,1%.

Em Curitiba o Prefeito Rafael Greca aparece em primeiro com 6,5%, seguido por Ratinho Júnior com 3,1%, Gustavo Fruet 2,8%, Ney Leprevost 1,7%, Luciano Ducci 0,8%, Delegado Franscischini 0,7%, Roberto Requião 0,7% e Tadeu Veneri 0,7%. 

Para quem achou estranho um percentual tão alto de indecisos, leia a matéria completa da Gazeta do Povo e verá que a situação de todas as capitais pesquisadas é praticamente igual. 

Ainda na pergunta espontânea percebemos que podemos reunir os nomes citados em 3 grupos.

O primeiro, que reúne os candidatos mais votados, é composto em praticamente todas as capitais, pelo Prefeito atual, eleito em 2016, mesmo em cidades onde este já está no segundo mandato e não poderá ser candidato. 

É o caso do Prefeito Rafael Greca (DEM) em Curitiba, Rui Pimenta (PSDB) em Maceió, Luciano Resende em Vitória, ACM Neto (DEM) em Salvador, Alexandre Kalil (PSB) em Belo Horizonte, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) em Porto Alegre e nas demais cidades pesquisadas, todos os atuais prefeitos lideram as disputas.    

A única capital que fugiu a esta regra foi São Paulo, onde o atual Prefeito Bruno Covas não foi eleito por votação em 2016, ele era Vice-Prefeito de João Dória que deixou o cargo em 2018 para se candidatar a Governador. Provavelmente muitos paulistanos ainda não sabem que ele assumiu a Prefeitura. Na espontânea Fernando Haddad ficou em primeiro com 3% e Bruno Covas em terceiro com 1%. 

Em Porto Alegre o que chama mais atenção é o fato de que o atual Prefeito Nelson Marchezan Júnior, mesmo tendo a sua administração reprovada por mais de 80% dos entrevistados, lidera na pergunta espontânea com 2,7%, 

Um segundo grupo de candidatos que aparece na sequência é composto por políticos que foram candidatos em 2018 a cargos majoritários como em Curitiba o atual Governador Ratinho Júnior, em São Paulo o Fernando Haddad e em Porto Alegre a Manuela D’Ávila. 

O terceiro grupo é formado por ex-prefeitos, ex-governadores, candidatos a prefeito derrotados em 2016, e políticos que tiveram votações expressivas nas eleições de 2018.

O quadro muda quando passamos a avaliar as perguntas “estimuladas”, onde o entrevistador apresenta uma lista com nomes de pré-candidatos e pergunta: “Se a eleição fosse hoje e os candidatos fossem estes(…..) em qual o(a) sr(a) votaria para Prefeito?”, os eleitores entrevistados tem que escolher algum nome da lista apresentada.

Desta forma o percentual de cada candidato sobe e o número de indecisos cai de forma acentuada. Em Curitiba a média de “Não sabe” e “Nenhum”, ficou entre 16,1% e 19,9% nos três cenários apresentados. 

Este comportamento se repetiu em todas as cidades pesquisadas.

Porém o aumento do número de votos para cada candidato segue a mesma lógica da pergunta espontânea. Os nomes que tiveram mais destaque nas últimas eleições acabam recebendo mais votos. 

Por isso em uma análise de potencial eleitoral é muito mais importante o resultado da pergunta espontânea, onde a citação efetiva pode nos indicar um vínculo já estabelecido, apontando maior chance de ser confirmado no dia da eleição.

Em Curitiba, nos três cenários apresentados, os nomes mais votados foram o do atual Prefeito Rafael Greca seguido do ex-prefeito e atual Deputado Federal Gustavo Fruet, do Deputado Ney Leprevost e do  Deputado Delegado Francischini, candidatos que tiveram destaque e receberam votações expressivas na recente eleição de outubro de 2018.

Nas outras capitais este comportamento também se mostrou significativo. 

Novamente uma exceção confirma a regra, em Porto Alegre quando o Prefeito Nelson Marchezan Júnior foi apresentado junto com outros nomes perdeu a liderança que foi assumida pelo ex-governador Olívio Dutra ((PT) e pela ex-Deputada Manuela D’Ávila (PCB) conforme os cenários pesquisados. O que seria justificado pela elevada rejeição a administração municipal atual.

Avaliando o que foi apresentado acima, seria possível afirmar que “se a eleição para Prefeito de Curitiba fosse hoje” (no dia em que a pesquisa foi feita), o atual Prefeito Rafael Greca seria reeleito.

Mas não é bem assim, uma pesquisa eleitoral mede “somente” a opinião dos entrevistados no momento em que as entrevistas foram realizadas. 

Considerando que esta pesquisa foi feita entre 16 a 20 de março de 2019, ou seja, já tem mais de seis meses que estes resultados foram levantados, é possível que hoje já existam algumas mudanças.

Até o dia da eleição poderemos ter vários muitos fatos relevantes acontecendo,

Outros nomes podem entrar na disputa.

E a campanha eleitoral, com certeza, poderá mudar a opinião dos eleitores sobre a imagem de cada candidato.

Analisando as considerações desta matéria, podemos observar que os resultados apresentados refletem, muito mais, um nível de conhecimento e recordação do que uma escolha definitiva.

Ainda serão necessárias muitas pesquisas para responder a pergunta que é título desta matéria: “QUEM SERÁ O PRÓXIMO PREFEITO DE CURITIBA?”

Foto em destaque: Gazeta do Povo

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