Como antecipado por A Política Paraná em 14 de agosto, Augusto Aras (foto), preferido de Bolsonaro para assumir a Procuradoria-Geral da República (PGR) no lugar de Raquel Dodge, enfrenta grande resistência de grande parte do Ministério Público. Inclusive, da força-tarefa da operação Lava Jato.
O receio é que Aras, como chefe do Ministério Público, interfira na operação para acabar de vez com os excessos. O subprocurador é crítico ferrenho dos abusos cometidos pela Lava Jato. Por isso, não faltaram pedidos de boa parte do MP, da Lava Jato e, principalmente, do seu ministro mais popular, Sérgio Moro, para que Bolsonaro indicasse um nome da lista tríplice apresentada pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR).
Mas a pressão de nada adiantou. O presidente rasgou a lista tríplice e vai mesmo indicar Antonio Augusto Brandão de Aras como o novo procurador-geral da República. A indicação foi confirmada por Bolsonaro em evento no Ministério da Agricultura.
Augusto Aras, que perdeu 90% dos processos em que atuou no STF, será o primeiro procurador-geral da República desde 2003 a comandar o Ministério Público sem ter feito parte da lista tríplice. Isto é, o indicado não foi votado por seus pares para os chefiar.
Após a oficialização da indicação, que acontecerá com a publicação no diário oficial, o nome de Aras será encaminhado ao Senado, onde passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado na CCJ e no plenário do Senado, Augusto Aras será o novo procurador-geral da República, com mandato de dois anos.
A divulgação do nome de Aras acontece no dia em que o grupo de trabalho da Lava Jato na PGR pediu demissão coletiva. A Lava Jato, que está descontente com Raquel Dodge, teme piorar com Augusto Aras. O subprocurador já deixou claro em sua campanha que abusos e excessos não serão tolerados.
Foto: O Globo
